sexta-feira, 8 de julho de 2011

PACTO (de Marcos Salvatore)


Carnaval eu apronto,
Eu quero, eu danço.
É quando me sinto pronto
Pra chorar de tanto rir.

Com a morte do canalha,
O Tristonho, enfim
Tudo ficou mais triste, mais claro.

De repente,
Mais noturno de um soturno raro...

E também as paisagens,
E as esquinas de botecos fétidos,
E as cachorras das lixeiras,
E o meu vale-transporte.

Caminho pisando em insetos,
Preservativos usados,
Latinhas de samba
da Sessão de Gala.

Tudo letra de canção.
Entro e vejo o seu caixão:
- Puta-que-pariu!

Começo a rir;
Quase me mijei de tanto achar nada engraçado...
Foi o Porra quem pediu antes de bater as botas:
- Se eu for dessa, cê já sabe:

Depois da esmola e da ressaca

Enche a cara e aparece lá no meu velório,
Veste uma bermuda,
Puxa a minha mãe pra dançar um tango; o diabo.
Pinta o caneco Xará.

De repente,
E, de preto, firme como uma rocha: a irmã?!
Que peitinhos!
Pequenos! Macios!

Unidos como dois irmãos,
Dois amigos.

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