domingo, 24 de fevereiro de 2013

RESÍDUOS PERFUROCORTANTES (de Marcos Salvatore)


 

Estava com pressa de chegar aqui
Pressa, estou aqui para entendê-la
Tenho tendência a ser subversivo
Mas é gratuito, fruto sarcástico e insolente da virilidade pagã
Coisa de moleque
Palavra bonita “subversivo”
Me faz lembrar da palavra mais linda que se diga
Depois do nome da cria
“Verso”
Mas, não posso dizer que estou sofrendo
Não agora que acho que mudei demais
Será evidente?
Outra bela palavra, de energia extra
Estou mudando de assunto para substituir
Porque estou bem ferido e deformado
E um pisciano de coração partido nada muito mais
Gera noites intensivas e amanhãs de difícil acesso
Observo o rato que perseguimos tanto noite passada
Ele atravessa a sala indiferente a mim
Seu instinto não me nota
Poderia mata-lo agora mesmo
Mas sua presença não me afeta
O que me afeta?
Entrei na onda - mantras auto sugeridos, vibração
Estou me descafeinando, sabe?
Só que filtrar essa borra traz choque e surpresa
É sempre a mesma receita:
Coma
Paixão
E trilhas de filmes que não lembro o nome, agora
Alguém que traga
Fogo para soprar o ar
Varrer a terra a vontade
Alguém com água de sede
Alívio breve que pode acontecer outra vez
Curativo cirúrgico e indetectável
E pode ser comovedor, experimental, absurdo
Capturar a distração de pessoa que passa
E que se deixa querer
Deixando um jeito de andar diferente pra trás
Aquele estranho atrativo que não se recusa, assim, logo de cara
Fora isso tudo... acho que continuo o mesmo
Não tenho opção

Um comentário:

  1. estava com sauddes de ler mais da tua poesia varrida, rsrsrssrsr. acho que só bebendo muito pra entender mas acho maravilhosa e dramática. beijos, meu lindo. Natália.

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