(para Baby Suporte – Natália Lemos. Você pediu, aqui está, sem eira nem beira)
Mas meu irmão, a Brisa não se cala, não para de me acabar, de ser feliz
Quer que eu diga coisas que nem ela diz, só sabe amar e curtir
Me escraviza em seu tesão, só me dá dando no chão
Aos seus pés, amarrados meus braços, pernas, minhas mãos
Se perdeu pra sempre na canção, se agarrou a mim em seu caminho, sem perdão, sem dever
Quer meus ombros pra se unir ao amigo incestuoso que sou, a um irmão
Minha voz de menino para dormir, não sei dizer não, não sei ser ou não ser
Me beija, me abraça, me casa, a Brisa me dá comida na mão, é toda minha
Me dá força e coragem, experiências em latim, me bebe a saliva, me dá provação, proteção
Mordendo e arranhando à carne viva, me carrega em seu ventre
Põe o labo B de um disco ok do Lupicínio, bom para felação
Quer que eu a mastigue, quer que eu a goze junto com seu choro e capricho
É meu consolo, meu interior, é o que eu sou capaz
É minha Yoko Ono, meu curso superior, meu pouco de paz
Meus acordes que se unem, é o amor
Minha Nina Simone, minha Joni Mitchell
Me senta as costas com seu cinto de sair, para que eu me zangue e soque forte
Tem a tara fecal de comer gala com comida, “porra Brisa, o que é isso?”
Não me joga fora nem quando está cansada, me pinta com cores vivas, pomba pra cima
Me dá leite do peito para a sede se eu pedir, se eu pedir muito, se deixar
Cicatrizes pelo corpo e na alma me deixam confuso e sem par
E a calma que não cansa, nem poupa, sobrou arrastada pelos cabelos onde não há norte, nem sul
Pois a Brisa arrancou meus pêlos, um a um, de leste a oeste, a barba por fazer de super homem
Em seu poder minha língua, meus pentelhos e dedos: hímen de tocar baladas
Me pinta de Bozo para uma boa sodomia, me chupa se eu broxo,
Quer meu creme em seu rosto, bitoca no seu nariz
Vai rir sem parar se eu pedir para ir embora, eu garanto, ela diz: “pode ir”
A beleza é uma exceção entre opostos, eu prometo, eu avanço
Não me fale dos riscos, já sei das noites caladas e brancas
Que é tudo muito lindo, muito lento e sem paradas, paredes ou intentos
Mas prefiro o que quero não o que imagino querer
É tudo culpa da dor, peço perdão se não me entende
Eu não bebo, eu não rango, mas meu pau conhece os planos dela, apenas confia nela
Estou à vitaminas e tequitos de frango à semanas
Salvatore sem fogueira para queimar, sem incenso ou confissão
Imenso de fogo, de terra, de água e de ar, de magia do amor para dar
E a soma disso sempre muda de ângulo, de firmamento no mar
Eu a temo, eu a amo, eu a odeio em nossos momentos
Eu a quero por ser a assim e a mim, no gerúndio e no presente
Só quem ama me entende e tem alguém pra cuidar
Etéreo dentro de um quadro torto de cores insanas.
ResponderExcluirIsso é muito louco!
ResponderExcluirQuem será essa dita cuja!
obrigada por visitar meu blog e comentar
ResponderExcluir01/02/2011 10:55 - Ronaldo Fonseca
ResponderExcluirSeus textos eróticos são de uma beleza ímpar. O refinamento da linguagem altamente metafórica foge do lugar-comum, e isso faz com que, ao invés de vulgar, encontremos construções de grande intensidade poética.