sexta-feira, 20 de maio de 2011

Pedras (de Marcos Salvatore)



Naquela manhã eu matei
Um inocente, indefeso animal
À pedradas – quatro, cinco, seis
Descobri o medo desabrochando em mim afinal

Pobre vida sem braços
Com suas minúsculas asas quebradas
Aguardava o golpe final com piados escassos
Tive amor por ele

Era eu quem morria esmagado

Corri dali, eu acho
Depois de anos de fracasso
Aperto as mãos e percebo traços
Das pedras que viraram barro

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