quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

EM NOVEMBRO FAZ TANTO TEMPO (de Marcos Salvatore)


by Caro Suerkemper

em ruas e esquinas
praças, largos bulevares
não sei bem o porquê
em passos, esquinas, semáforos

em cigarros, livros, em palavras,
na solidão, no costume
ou em mim, já existe
dentro dos dias, das horas, de agora em diante

no vento frio que vem de onde vem
forte, que sempre me apanha distante,
que sopra a minha ânsia num passeio
pra encontrar alguém...

na música de uma banda de boteco, de longe
semanas adentro. há um ano. em dias á fio.

neste clima de suprimento de almas
minha fome por coisas novas é voraz.

perdi o ultimo ônibus
e só agora percebi
que já é tarde
nas pequenas gentilezas

e que a vida chama-se “hoje”

3 comentários:

  1. Esse texto é basicamente sobre uns papos que eu tive uma época com uma senhora que chamava todo mundo de "ZÉ". Quando descrevia alguém, ela usava as mãos como se medisse a distãncia de alguma coisa. Dormia de vez em quando na Praça Amazonas e sempre fazia xixi em pé, enquanto conversávamos. Nunca perguntei o seu nome, mas me lembro sempre dela e dos nossos papos muito gentis.

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  2. O TEXTO DESCREVE UMA REALIDADE, DA VIDA COTIDIANA NEM SEMPRE PERSEBIDA POR NÓS MEROS QUADJUVANTES NA VIDA, TAMBEM REFLETE SOLIDÃO E FRAGILIDADE DE QUEM SE SENTI PERDIDO AS VEZ NA IMENCIDÃO DAS RUAS A ESQUINAS E DE SI MESMO.

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